terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Lenda das Varas


Lenda

Há muitos séculos, a população da ilha tinha caído num grande desleixo para com o seu semelhante: havia desavenças por todo e qualquer motivo e todo o tipo de abusos. Nas igrejas os padres pregavam pedindo penitência e humildade e anunciavam castigos de Deus. Mas o povo não se emendava, continuava com os seus abusos e desavenças, maltratando-se uns aos outros.
No dia 1 de Maio de 1808 começaram a sentir-se grandes tremores de terra por toda a ilha, aconteceram grandes terramotos. Toda a ilha era abalada com violência. No cimo da serra central da ilha deu-se então uma grande erupçãoCinzas vulcânicas e lavas desceram das serras, aterrorizando as populações que nas partes baixas da ilha viam as lavas incandescentes a vir na sua direcção. O castigo para os pecados tinha chegado, gritavam os padres nos altares e as pessoas de boa alma nas ruas.
Segundo reza a lenda, a erupção aconteceu próximo da localidade de Santo António, nas imediações do Pico da Esperança. Foram atiradas pedras incandescentes até grandes alturas e a lava correu vulcão abaixo numa ribeira lenta, muito quente e caudalosa, em direcção ao mar.
Nas aldeias muitas pessoas choravam e rezavam, impotentes, perante a violência da natureza. Outras desorientadas, corriam de um lado para o outro numa tentativa vã de encontrar abrigo. Foi então que um padre franciscano, dotado pela população do epíteto de "o Malagueta", e que tinha o cargo de guardião do convento e dos demais padres seculares, teve a ideia de todos, cheios de  saírem numa procissão fazendo preces a Deus para que parasse a erupção. Com eles levavam coroa do Espírito Santo de um dos Impérios da Vila das Velas e iam dentro de um quadro formado por varas do Espírito Santo.
Seguiram pelas ruas da localidade de Santo António, cujas as casas se encontravam no caminho do rio de lava. Aproximaram-se o mais possível da lava que corria lenta e pastosa, e nesse local atiraram as varas do Espírito Santo para o chão, de forma a que formassem um traçado, um caminho que queriam que a lava tomasse, que a levasse ao mar.
Fizeram-no com tanta fé que pouco depois o rio de lava começou a mudar a sua trajectória, encaminhando-se para o mar, seguindo assim o caminho traçado pelas varas do Espírito Santo. A população ainda chorosa e atónita, estarrecida de medo e admiração, começou a agradecer ao Divino Espírito Santo. Fizeram-Lhe muitas promessas por os ter protegido da lava.
Foi então assim, reza a lenda, que se começaram a fazer outros impérios e a distribuir muitas esmolas aos mais pobres por ocasião das festas do Espírito Santo.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Perfil da fome.


Os olhos queimam.
A mente vagueia.
O corpo cansado, arqueja.
O peso dos anos
Esmagam meus ossos.
Dói, corrói, destrói...
As verdades me consomem.
A tristeza corre pelos montes rosados.
O estômago arde...
E o orgulho esbofeteia
Minha carência.
Mastigo a amargura.
E  alguns arrependimentos.
Engulo seco,
Talvez matem  minha vontade.
O sono não vem.
Mas virá, mesmo que demore..
Ele é mais forte que a dor de estômago.



quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Coisas de Laurinha cap 1

As vezes a vida nos suga como bueiros. 
Há dias em que a solidão cala nossa alma. 
Há dias em que uma palavra, dita talvez sem intenção de machucar, abre uma brecha no peito e faz esvair toda nossa alegria...
Há dias em que a tristeza dói tão fundo que nem a dor de uma cólica renal parece ser maior 
Há dias em que o medo te enrreda de tal forma que você não consegue esconder.
Há dias que a fome é tão grande que um prato de arroz e feijão é uma iguaria das mais suculentas...
Mas, há dias também, em que nem  arroz e feijão se tem pra comer...
Mas, o bom é que isso, também vai passar, tudo passa...
E amanhã volta a esperança de um novo dia...
De novas oportunidades. 
Amém.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Lamentos da Alma de uma Capixaba

Terra capixaba!

Já vencestes guerras mil
Tens um povo trabalhador
E vencerás mais essa batalha,
Mesmo que necessite
Jogar "baldes e mais baldes de água escadaria abaixo"
Limparas seu nome...
Seu povo,
Enlameado,
Saqueado,
Estilhaçado...
Erga-se,
Levante a cabeça.
Não quero mais te ver assim,
És forte,
Seu povo é guerreiro.
terra capixaba, abençoada,
Terra que gerou vozes inesquecíveis,
 que embalaram casais apaixonados,
Que  emolduraram sonhos tão desejados...
Sempre fostes ornada por grandes inventores de mundos fantásticos   que desenharam em palavras personagens, cenas, mundos incríveis.
És chamada de Espírito Santo,
Não por coincidência mas por providência divina.
Suas cidades são estrelas a emprestar seu lume a tantos que por aqui vivem ou viveram!
Terra explendorosa de talentos mil...
De encantos inumeráveis,
Entre as suas altas montanhas de granito e a Floresta Atlântica
Esconde-se também,
Ilustres desconhecidos,
Com EU...
Que como tu choras
Por tudo que te aconteceu.
E como Tu, chora,
Luta, esperneia.
Mas não se deixa vencer.
Bye LyaLukka


Não chores mais...
Erga sua cabeça,
Pois és bela, forte e vonil.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Roberto Carlos À janela



À janela
Da janela o horizonte
A liberdade de uma estrada eu posso ver
O meu pensamento voa livre em sonhos
Pra longe de onde estou
Eu às vezes penso até onde essa estrada
Pode levar alguém
Tanta gente já se arrependeu e eu
Eu vou pensar, eu vou pensar
Quantas vezes eu pensei sair de casa
Mas eu desisti
Pois eu sei lá fora eu não teria
O que eu tenho agora aqui
Meu pai me dá conselhos
Minha mãe vive falando sem saber
Que eu tenho meus problemas
E que às vezes só eu posso resolver
Coisas da vida
Choque de opiniões
Coisas da vida
Coisas da vida
Novamente eu penso ir embora
Viver a vida que eu quiser
Caminhar no mundo enfrentando
Qualquer coisa que vier
Penso andar sem rumo
Pelas ruas, pela noite sem pensar
No que vou dizer em casa
Nem satisfações a dar
Coisas da vida
Choque de

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