sexta-feira, 29 de junho de 2018

Meu Pequeno Cachoeiro



Todos têm um pequeno Cachoeiro dentro de si. Não é verdade? Qual foi a sua idade áurea?  Seus primeiros madrigais? 
Em que tempo perdido no curto espaço de sua vida, você viveu o melhor?! Muitos otimistas vão dizer, com razão, que o tempo melhor da vida é o tempo presente. Não lhe tiro a razão. Porém para os já são um pouquinho mais maduros, assim como eu kkk; o saudosismo é uma companheiro constante. Talvez isso só aconteça com almas poéticas, né? Não, acontece com todos com certeza, porém os poetas  falam com música sobre seu saudosismo, com ritmo, com maestria. Sabe, coisas de poeta. Então vamos nós...

Ter um pouco de Cachoeiro dentro de si é:
Deixar escorrer dos olhos a saudade do passado que não voltará, porém sempre estará eternizado, arraigado em nós;
É voltar no tempo e ri sozinho, fazer caras e caretas e divagar na imensidão de imagens retrogradas e bisbilhoteiras;
É rever alguém especial e dar-lhe um abraço do tamanho do infinito, abraço que traduza com o tamanho do aperto, a dor latente da saudade e do tempo refugado dentro do peito;
É divagar por horas na estação de décadas passada que trazem de volta um sorriso matreiro de algumas peripécias e traquinagem feitas por nós;
Ter um pouco de Cacheiro dentro de sí é cantar: Minha pequena "Burarama" vivo só pensando em ti... e trazer de volta a memória de um tempo tão feliz que extravasa dos poros para encharcar a alma;
É deixar uma canção antiga te levar ao mundo irreal e tão gostoso dos sonhos e com ela reviver momentos mágicos e tão doces quanto o mel;
É poder confessar segredos sem medo de se afogar nas entrelinhas da solidão, e assim ser compreendida com a candura da imperfeição do ser humano;
É ter o direito de se sentir criança outra vez e carregar na bagagem a saudade do primeiro amor, único item necessário para ser feliz;
É saber que saudades nos ajudam a viver e são tão somente coadjuvantes de quem precisa de certezas para sobreviver nesse mundo insólito e imperfeito;
É carregar as marcas da dor e ainda assim tentar outra vez, refazer-se e atenuar a amargura que carrega por trás das doces cerras e vales da vida;
Então, ter um pouco de Cacheiro dentro de si é ter tido um doce e esplêndido passado sem deixar que ele te leve a loucura. E sentir  saudades sem correr risco de se afogar.  Seguir sempre rumo ao infinito do presente até que ele se faça ausente.


Parabéns minha pequena, já grande Cachoeiro!




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