terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Natureza - Efigênia Coutinho



Quando entro numa floresta, ajoelho-me,

porque ela é a mais antiga das Igrejas,
aquela em que o primeiro homem ergueu ao céu
a sua primeira prece: saudação à Natureza!


Não há sacerdotes nesta Igreja, nem velas no seu altar,
nem fumos de incenso, que saiam dos turíbulos
de prata! Há uma multidão silenciosa,
que estende os braços robustos para o alto...


E, sobre aqueles braços, uma multidão de mãos,
se abrem para implorar a vida ao sol, que tudo cria.
A natureza mais sábia, soube na Floresta preparar
bálsamos diversos, para todos os males da alma.


Porque todas aquelas folhas verdes e sussurrantes
ao vento, dizem a sua prece no murmúrio misterioso
duma língua sem palavras, tudo reza: rezam as folhas,
e com elas os insectos da Terra nos ramos entre a cortiça!


Eu me encontro como uma criança, num berço onde a
vida germina e cresce, lenta, esperançosa, apontando
a Natureza Futurecida! Nasce-se e morre-se a cada
hora a cada minuto naquele berço esmeraldino e fresco...






Efigênia Coutinho (Mallemont)



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