domingo, 24 de janeiro de 2010

Madrugada - Poesias



Ela abdicou do seu doce e tênue sonho.
Estava obstinada aquele amor fatal.
Sua mente já não bloqueava o enfadonho 
emaranhado de desejos
pairando no sangue venial.
Ouvia o chilrear dos pássaros no arrozal.
Ao clarear da madrugada pálida, sorria.
A brisa lhe esbofeteava o gosto matinal.
E, no farpear dos sonhos, acaba a noite fria.
O sol lhe golpeia a pobre face,
E as gotas de orvalho palmilhavam seu corpo.
E no titubear dos gestos cai o disfarce,
Do sonho que se acorda bruscamente torto.
E o amanhecer trapaceia aquela noite.
E... no vagar do novo dia as lágrimas derretiam.
No calcar das horas que soavam como açoite,
Ela amordaça a vida que lhe destruía,
Alucinada com a dor das lembranças.
Cobiçava não mais acordar...
Se empapuçando dos sonhos de criança.
Tentando sonho e realidade entrelaçar.






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